sábado, 29 de agosto de 2009

O Dia do Nhoque


Hoje é o Dia do Nhoque!

Desde que me entendo por gente, no dia 29 de cada mês, seja no meio da semana, ou em qualquer momento dela, tem nhoque na casa de meus pais. E não foi diferente neste vinte e nove de agosto de 2009.

Cheguei meio atrasada para o almoço (como sempre!), mas ninguém ralhou dessa vez comigo, porque foi por um bom motivo (depois eu conto pr você). E lá estava o famoso nhoque que meu pai prepara todos os meses. Bom, é complicado para eles pararem a vida uma vez por mês porque eles tem muito trabalho a fazer. Neste fim de semana, por exemplo, eles estavam atolados.

Acho melhor eu explicar direito isso. rs

Meus pais, quando éramos pequenos e a situação bem difícil para se criar cinco crianças, resolveram mexer com decoração de festas e produção de doces e salgados. No começo era apenas um quebra-galho. Algo pra completar a renda lá de casa. Mas, com o tempo, a coisa virou uma espécie de "negócio de família". Todos nós, de uma maneira ou outra já enfiamos a mão na massa do pequeno buffet que eles criaram.

Na verdade, era mágico para mim, enquanto criança, toda a preparação das decorações e da comida das festinhas que eles organizavam. As mesas estavam sempre cobertas de forminhas de papel, cheias ou para serem preenchidas. E sempre haviam um boneco de papel gigante em algum canto esperando para ser levado para algum lugar.

Assim, os sábados sempre eram meio loucos. Corridos. Nunca almoçávamos nestes dias, lanchávamos. Era o jeito. Mas imagine se nós, um bando de crianças gulosas, odiávamos lanchar coxinhas, empadas, quibezinhos, croquetes, empanados de presunto e queijo e sei lá mais o que que surgia das mãos de meus pais?!

Era um paraíso para os cinco comilões (imagine o colesterol que devíamos ter na época!!!), e estas lembranças nunca nos escaparam, mesmo depois de crescidos.

Era então disso que falávamos quando meu pai entrou na sala com uma tigelona de metal cheia de nhoque, todo feliz, por ter tempo para a sua pirralhada crescida. Minha irmã mais velha foi a primeira perguntar se não estávamos atrapalhando o sábado dele, porque minha mãe havia contado que tinha uma festa de casamento para esta noite, e eles estavam até o pescoço de trabalho pra fazer.

Mas quando meu pai começou a servir a cada um de nós, parecendo um daqueles chefes de família italiana (meu é magrelo mas tem uma barriguinha boa construída com os melhores chopps da cidade!), ele, então, apenas disse que o buffet não era importante. É claro que ninguém entendeu. O sustento da nossa família por anos e anos não tinha importância? Todos resolveram não questionar o que ele dissera, mas ficou um clima estranho na mesa, aquele lance da pulga que cai da orelha pra incomodar em outros partes - como a lingua.

E eu, que não me aguento, resolvi abrir o bico e perguntar na cara:



"Como assim não tem importância?"



Eu devia ter ficado com a minha boca fechada? Sei lá, quem sabe, deveria. Mas eu sabia que, no fundo, ele queria que alguém perguntasse aquilo. Para o meu pai ter o prazer de responder que não havia atividade braçal ou trabalho intelectual no mundo que pudesse ser mais importante ou ter mais valor do que estar com todos nós reunidos à volta de minha mãe e dele.

Eu sou meio lenta pra entender certas coisas, mas meu pai, quando instaurou o Dia do Nhoque na nossa família criou uma tradição capaz, mesmo quando estamos muito longe uns dos outros, nos reunir e mostrar a que pertencemos e quem somos.

Nem o nhoque, na verdade, não importa em si. Meu irmão mais novo detesta nhoque de batata. Mas só o fato de estarmos ali novamente valeria sempre a pena. Porque estivemos juntos, sentimo-nos bem juntos e isso, eu acho, deixou cada um de nós felizes por sabermos que podemos contar uns com os outros sempre (ainda que em volta do nhoque)...



E, mais ainda, me fez amar ainda mais saber que sempre que eu for muito, muito longe nas minhas andanças, mesmo assim não estarei longe demais para não me lembrar que no dia 29 do próximo mês, eu estarei de volta a minhas origens...



Oxalá!

domingo, 10 de maio de 2009

Como eu conheci minha mãe...



Conheci minha mãe numa noite quente de verão. Eu estava de mau humor (como sempre!). Ela, agradecida a Deus...



Era noite, chuvosa provavelmente... Não me recordo bem... tinha acabado de nascer...



Mas gosto de pensar que foi um encontro fortuito. Éramos só nós duas naquele momento... e nada mais no mundo existia. Eu, esperada a meses. Ela, minha primeira e imensa paixão...





O tempo passou. Eu cresci, ela amadureceu. Eu amadureci, ela... bem... ela continua a mesma!






Mas ainda assim penso no dia em que nos conhecemos. Penso porque nossos caminhos se cruzaram e porque justo ela tinha de aguentar a mala sem alça que eu sou por tanto tempo... desde aquele dia.





Um dia talvez eu encontre a resposta a esta indagação. E, enquanto não encontro, agradeço por ela existir. Por ser brava, por resmungar sobre minhas opiniões malucas, sobre meu jeito doido de ser.






Mas ainda que ela seja durona (mais do que a Kate Marrone), às vezes, sei que ela se rende e no fundo dos seus olhos eu vejo aquele mesmo olhar, manso, calmo, amoroso de quando pela primeira vez nos conhecemos...






Para as demais mães, hoje foi o dia delas...



Para a minha, todos os dias são sempre dela!!!...

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Meus Loucos Irmãos


Tenho quatro irmãos.

Dois garotos e um monte de meninas (contando comigo). Desses, uma é minha irmã inteira, dois são meios-irmãos e um é de coração.

Vou explicar melhor:

Minha família é grande!

Eu e minha irmã somos filhas do primeiro casamento de minha mãe, meu irmão do coração é filho do primeiro casamento do meu pai (que na verdade é meu padastro!), e meus irmãos mais novos são filhos do meu pai (padastro) e de minha mãe.

Mas, no fundo é tudo irmão.

No começo foi estranho. Não morávamos todos juntos. Éramos somente minha irmã, minha mãe e eu. Então, meus pais se conheceram no que chamamos de "olho do furacão". A vida de ambos estava um caos quando eles se esbarraram por este mundão afora.

Do caos surgiu a luz e dois anos depois minha irmã mais nova nasceu. Depois veio o caçula... o pior de nós todos!!!

E, por fim, um dia meu pai decidiu trazer o do meio.

Assim hoje, grandes, cheios de problemas, alguns com filhos (outros não), vivendo aos trancos e barrancos, mas amando fazer parte da memsa ninhada, somos Isa, Leleco, Manú (euzinha!), Telinha e Gigio.

E às vezes, acho que eu nunca me sentiria completa se esses seres complicados e incríveis não fizessem parte de minha vida. São meus irmãos, meus amigos. São loucos, mas é minha famílhaça!!!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Le Déjeuner des Canotiers




Uma de minhas irmãs fez aniversário anteontem. Ela não é mais uma meninazinha mas enchemos a casa de meus pais de balões coloridos, chapéuzinhos de papel, um bolo cor-de-rosa e muitos brigadeiros (que ela ama de paixão).

Descobri, enquanto a observava rir de toda aquela breguice, que nunca deixamos de ser crianças...


...porque algo de bom deve permanecer dentro de nós, ainda que cresçamos...


...e ela nunca deixou de ser a minha melhor amiga (de infância e de adultice!!!)...


segunda-feira, 20 de abril de 2009

Primeiros Passos



Estou de mau humor mas o blog sai dessa vez!




O Avesso dos Ponteiros é pra falar do tempo, do vento e de lembranças boas (outras ruins!) que não voltam mais...




Bem-vindos ao Avesso...